159 anos do livro "O Céu e Inferno"
Texto publicado na edição 97 do Jornal O Fraternista
Em agosto de 1865, foi publicado em sua primeira edição, “A JUSTIÇA DIVINA SEGUNDO O ESPIRITISMO”, título alternativo concedido por Allan Kardec ao livro “O Céu e o Inferno”.
Prosseguindo nos desdobramentos dos ensinamentos exarados pelos Benfeitores da Espiritualidade em ‘O Livro dos Espíritos”, Kardec disserta conceitos lógicos, racionais e como sempre, de bom senso, sobre tema relevante, onde não cabe a figura de um “deus” mítico, muitas vezes sem paciência ou piedade, fruto de criações antropomórficas e conceitos doutrinários incongruentes com a figura do Deus-Pai, não genitor, mas criador, repleto de Amor e Misericórdia; pleno em todos os atributos sob a análise de nossa inteligência supremada, até onde ela pôde abarcar.
“… Deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a
morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a
alternativa. Para sempre ou para nunca mais: ou tudo ou nada: Viveremos
eternamente, ou tudo se aniquilará de vez? É uma tese, essa que se impõe”.
Sob este aspecto surgem os relatos deste livro precioso,
inclusive em tempos modernos de neologismos como: “Pós-verdade”.
Allan Kardec argumenta magistralmente em sua época: “o que
falta ao ser humano neste século de positivismo, em que se procura compreender
antes de crer, é, sem dúvida, a sansão de suas doutrinas por fatos positivos,
assim como a concordância das mesmas com os dados positivos da Ciência. Dizendo
ela ser branco o que os fatos dizer ser negro, é preciso optar entre a
evidência e a fé cega”.
E ainda: “Se a religião, apropriada em começo aos
conhecimentos limitados do homem, tivesse acompanhado sempre o movimento
progressivo do espírito humano, não haveria incrédulos, porque está na própria
natureza do homem a necessidade de crer, e ele crerá desde que se lhe dê o
pábulo espiritual de harmonia com as suas necessidades intelectuais”.
Prossegue portanto, o Codificador, na análise de Céu,
Inferno, Purgatório, Anjos, Demônios e o impressionante “Código Penal da Vida
Futura”.
Culmina, como dissemos, dissertando sobre o fenômeno do
“passamento” do plano físico para o extra físico, entrevistando e trazendo os
relatos de mais seis dezenas de Espíritos, que se identificam e impressionam
com a descrição de suas situações atuais até então; sem se esquecer de notas
explicativas de Benfeitores Espirituais que também se manifestam.
Por fim, é uma oportunidade ímpar de aprimoramento para
aqueles que desejam adentrar os meandros da Doutrina dos Espíritos, pesquisando
os pormenores de seus conceitos, vistos, sob as observações práticas
proporcionadas pela mediunidade e as conclusões lógicas que possam atender aos
conclames da razão.
Leiamos, estudemos, reflitamos!